quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A REUNIÃO ...


Ontem, dia 21 de agosto, a Civviva  realizou,  na sede da Escola D. Mário, uma reunião com os moradores da Cidade Velha. Motivo principal o abandono, por parte da administração municipal, do bairro mais antigo de Belém.

Cerca de cinquenta  pessoas se apresentaram, aguerridas e cheias de vontade de falar dos problemas que presenciam diariamente.  O agravar-se de tudo nesta área tombada os levou ali para falar da insegurança, violência, transito, patrimônio, poluição, etc., etc. etc.

Os moradores desta área tombada deixaram claro aos representantes da Amub,  Fumbel,  Iphan, MPE e Policia Militar, que se sentem  ignorados como se aqui não morasse ninguém (e nem votassem, também). “ Nos transformaram em guardiães do patrimônio sem ter absolutamente nada em troca; sem nem ter direito nem a palavra.”

Clara foi a  demonstração de indignação de todos  com o fato da Cosanpa  ter quebrado  as pedras de liós e as ter abandonado ali, ao leo. Além do dano feito ao patrimônio, ainda as deixaram de um modo que pode provocar  problemas aos transeuntes... e até agora nada foi feito a respeito.

A ignorância das normas em vigor,  relativamente ao ‘estacionamento para clientes’ dos vários  locais noturnos   autorizados entre a igreja da Sé e a do Carmo, foi outro motivos de reclamação. O que provocam  os clientes desses locais ao chegar, ao ficar e ao sair, mudou para muito pior a vida dos moradores, indo contra quanto estabelece os artigos 15 e 16 do Código de Postura.

"A falta de estacionamento suficiente para quem trabalha e frequenta os orgãos públicos situados na Cidade Velha, ja denota o pouco interesse pelo bairro. Ali se encontra o centro do poder executivo, legislativo e judiciário e o caos que provocam serve, principalmente, para depreciar o entorno em vez de provocar a atenção que essa área tombada merece".

A impossibilidade de fazer garagens e estacionamentos foi levantado como um problema que a administração pública tem que levar em consideração e por na sua pauta de trabalho quando fizer o projeto “Belém 400 anos” afinal de contas os moradores não estão  ali somente para tomar conta dos prédios. Essa é uma necessidade que não pode continuar a ser ignorada e  que deveria estar presente, ao menos, na regulamentação do tombamento.

Foi denunciado também o aumento da venda e do uso de drogas, cuja evidencia maior se vê na Praça do Carmo. Sem nenhum ‘pudor’ ou receio, isso é feito com a maior tranquilidade, principalmente em dias que os locais noturnos estão abertos.... sem ninguém para tomar providências.

A presença de colunas repetidoras de sinais de telecomunicação ao lado de casas de família, também foi um dos problemas levantados.  Denuncias foram feitas aos orgãos competentes e nada se obteve.   O conflito de opiniões quanto a normativa, por parte da Fumbel e do Iphan, leva a um impasse relativamente ao que fazer a respeito.

A questão da insegurança e consequentemente da violência que aumentou no bairro após a diminuição da aplicação do método da Policia Comunitária foi posta por todos. Há anos não se tem mais condições nem coragem de ‘pegar vento’ na porta de casa. Sair de casa  a pés ou de carro é outro pesadelo, assim como esperar o onibus nas paradas. Evidente a vontade que volte a Policia Comunitária.

"O aumento do locais noturnos (sem estacionamento para seus clientes) e o consequente aumento  da frequentação do bairro chamou  a atenção do que não presta também: não so vendedores e consumadores de droga, mas ladrões  e flanelinhas pouco corretos... além de um crescente número de maleducados baderneiros para infernizar nosso sono." Na madrugada de domingo até tiroteio teve e a PM não foi nem informada...

Um enorme problema discutido foi o aumento do transito no bairro depois da proibição do estacionamento das carretas no Ver-o-Peso. Agora é muito mais evidente o que a trepidação causa nessas casas tombadas. Rachaduras aparecem e aumentam a olhos vistos, para desespero dos proprietários....e o dinheiro do PAC ignora as casas antigas do bairro mais antigo dessa Belém histórica.

As vans, onde crianças 'trabalham' com as portas abertas, também costumam trazer ladrões que após o furto voltam a elas. O aumento dessa nova oferta de trabalho clandestino ajuda a piorar o transito nas Dr. Assis e Dr. Morais, onde as calçadas ja se encontram ocupadas com veiculos estacionados sobre as calçadas de liós.

Alguns dos presentes reconheceram o pouco amor dos moradores para com o bairro. A questão do lixo colocado nos cantos das ruas a qualquer hora do dia levantou o tom da discussão. Foi reconhecida o serviço prestado pela firma que faz a coleta regularmente, “o problema são os moradores  que acabam facilitando a sujeira pois não só animais se preocupam em rasgar os sacos de lixo colocados nas calçadas em horários inoportunos”.

Esses os principais problemas levantados pelos moradores que tiveram que ouvir a Fumbel e  a Amub, dizer que não tem gente suficiente para fazer o trabalho e muito menos a fiscalização. Que tinham conhecimento da maior parte do que foi dito, mas se sentiam em dificuldade por não ter condições de prometer nada.

O sub-comandante da Policia Militar do bairro falou sobre as novidades (negativas) que estão chegando no bairro. Novas formas de assaltos que antes não aconteciam. Explicou o porque da dificuldade de melhorar o serviço pois nas estatísticas não resulta o aumento da violência nem da insegurança no bairro. A falta de denuncia, a falta do Boletim de Ocorrência é que leva a falsar  essa  realidade. Relatou também alguns êxitos obtidos na luta contra assaltos.

O representante do Iphan  e do MPE, não se pronunciaram.

A reunião acabou com pedido que se apresentem propostas para ajudar a resolver os problemas...!!!

Aproveitamos para agradecer a presença de todos, seja dos moradores, dos frequentadores do bairro, que dos representantes dos orgãos públicos convidados.

Um comentário:

No Caminho de Deus... disse...

Preciso do seu contato urgente. Mande seu cel para o e-mail crispaivalima@gmail.com é sobre o bairro da Cidade Velha